Agilidade. Essa é a palavra de ordem, hoje e sempre. Não há tempo a perder, nem tempo para esperar. Quem atende (e entende) o cliente mais rápido e melhor, ganha o jogo. É inevitavelmente, um caminho sem volta.
Talvez por isso, o cargo de Product Manager tenha se tornado uma das 40 profissões do futuro, segundo pesquisa realizada pela revista Exame*.
É esse profissional − essencial para inovação − quem gerencia e direciona esforços para que o negócio alcance os resultados esperados, do início ao fim do processo.
E o que o mercado exige do Gerente de Produtos? Como reconhecer o perfil adequado e desenvolver habilidades? Que caminhos a Gestão de Produtos pode seguir?
Vamos discutir isso agora!
Menos rotina, mais paixão. Menos riscos, mais solução.
Criar e desenvolver novos produtos e serviços é uma das fontes de crescimento e geração de valor para companhias. Inovar é tão importante no processo de negócios quanto aprimorar o desenvolvimento do processo de inovações, otimizando tempo e esforço, reduzindo riscos e custos.
Em outras palavras: não adianta ter uma ótima ideia sem colocá-la em prática, de forma rápida e segura, que promova benefícios para o cliente e valor competitivo para o mercado. É incluir nas prateleiras algo novo, interessante, que vai fazer a diferença na vida das pessoas e gerar lucro para a empresa, claro!
Mas o que separa a ideia da inovação? O processo. É nesse cenário que entra a Gestão de Produtos, com profissionais que preenchem um papel emergente no mundo digital. Seu perfil deve construído em cima de bases comportamentais, muito além de técnicas.
Eles têm a difícil missão de gerenciar de forma integrada o fluxo de atividades e informações que envolvem todas as áreas da empresa, além de garantir resultados positivos no decorrer de todo o processo. Avaliam e direcionam os melhores recursos para produzir, testar, aprimorar e entregar um novo produto ou serviço.
Para ser ‘full’, o mercado espera um gestor antenado, híbrido, multidisciplinar e com senso de dono, que preencha os requisitos de um líder T-shaped (veja mais em nosso artigo sobre Liderança Criativa). Devem ser estratégicos, táticos e operacionais.
Marketing, Publicidade, Economia, Administração… Todas as áreas se fazem presentes no cotidiano de um Product Manager, onde aliás, a monotonia é utópica.
*Fonte: Administradores.com
“É preciso gostar de não ter rotina, de estar imerso em uma disciplina diferente a cada dia, e se organizar para isso. Hoje, parte do meu trabalho consiste em briefing e interação. Converso com coworkers de vendas, pesquisas, finanças, design… A pesquisa de campo é essencial! Ir às ruas e perceber o desejo do público aprimora a visão holística, indispensável a qualquer Product Manager”
Relata Luiz Coelho, consultor de inovação.
Um ponto importante, que soa para alguns como contraditório: priorize o problema, e não a solução. Essa é a dica de Luiz Felipe Villar, consultor de inovação.
“Os PMs devem investigar e compreender as dores do seu guest (como uma demanda não atendida, ou parcialmente resolvida) e a partir de então, elaborar alternativas para resolvê-las”,
explica o Villar.
É uma estratégia que prevê riscos antecipados: identifique as causas do problema e aumente as chances de eliminá-lo. Com menos riscos, ofereça mais soluções.
Parece fácil. Mas para isso, esse profissional deve ter paixão pelo o que faz.
“Além de multidisciplinar e transversal, acima de tudo, é preciso ser apaixonado por seu trabalho. Só é possível manter uma proximidade real com os guests se você é movido pela paixão. Essa aproximação é o que garante a fidelização e o sucesso do processo ponta a ponta, e faz entender o que funciona bem em cada projeto”,
completa Villar.
Cultura de dados: Não há mais espaço para “achismo”
Num mundo onde algoritmos são dados − e dados são moedas de ouro − o Product Manager precisa ir além. Apontar riscos, buscar respostas, ir a campo para conhecer seu cliente, ter um olhar crítico e apurado já não basta. Hoje, não há mais espaço para “achismo”.
Uma pesquisa realizada pela Experian revela que 91% das empresas brasileiras consideram incluir dados na estratégia de negócio, o que comprova essa tendência*. A complexidade do cenário demanda novos e importantes papéis, que surgem dentro da Gestão de Produtos.
Por isso, o futuro da Gestão de Produtos talvez não seja representado por um único profissional (como o “unicórnio” de hoje, também conhecido como Product Manager), mas por vários.
Rafael Rosas, Diretor na WinSocial, destaca a relevância do UX Researcher, profissional voltado para a experiência do usuário − sensorial e estética − e pesquisa em design, que traz as percepções dos guests (de fora para dentro), compila pontos de vista e analisa o contexto como um todo. Transforma dados em informações e métricas valiosas que podem ser utilizadas no processo de design.
*Fonte: computerworld.com.br
E o UX não está sozinho. “Além de SEO, SEM e UX, surgem nomes como Head of Digital ou o Data Scientist, por exemplo. Eles ainda ocupam o papel do novo Product Manager em algumas agências tradicionais que estão em processo de amadurecimento e passam pela Transformação Digital”, aponta.
Humanize (se), sempre!
Como acomodar os novos papéis numa estrutura tradicional? Criar áreas, cargos e reorganizar a estrutura empresarial seria a solução? O desafio está justamente nessas respostas.
Compreender o nível de maturidade da empresa, entender o que funciona em cada projeto e considerar o orçamento disponível pode ser um bom começo para definir o caminho a seguir.
E, por incrível que pareça: quanto mais tecnologia, maior o foco direcionado às pessoas. Gente, people, ser humano. Esse é o futuro da transformação digital, que já começou. Portanto, humanize, humanize, humanize.
Com tantas possibilidades abertas e competências que ainda precisam ser bem definidas, seria injusto fazer uma previsão de assertiva para o futuro da Gestão de Produtos. O fato é que nenhuma mudança, seja no perfil ou nas atividades, irá diminuir a importância desse setor.
Dica extra: Tenha coragem para evitar a zona de conforto, curiosidade para aprender sempre, e ousadia para mudar o que não funciona.