O ITC Vegas 2025 consolidou uma certeza: o mercado de seguros vive uma transformação que não é mais tendência, mas realidade. E, nesta mudança, o Brasil deixou definitivamente de ser espectador para assumir papel de protagonista. A edição especial da addPlay sobre o evento trouxe Aldo Pires (CEO da add) e José Prado (CEO da Insurtech Brasil) para uma conversa profunda, cheia de análises, bastidores, cases e perspectivas sobre tudo que aconteceu em Las Vegas.
O resultado é um retrato claro de onde a inovação global está se movendo — e de como o ecossistema brasileiro está se preparando (e se posicionando) para essa nova fase.
Um ecossistema reacendido: o renascimento da inovação pós-pandemia
A conversa começa com uma constatação que marcou o evento: o mercado global de seguros voltou a acelerar. O crescimento técnico do setor em 2024 e 2025, aliado à retomada plena dos grandes players internacionais, criou um ambiente vibrante no ITC Vegas. Segundo José Prado, o volume de conteúdo, trilhas específicas e expositores aumentou significativamente, indicando um nível de maturidade raramente observado nos últimos anos.
A delegação brasileira acompanhou essa energia. Foram mais de 160 executivos do país, número recorde, representando seguradoras tradicionais, S4 recém-formadas, grandes canais de distribuição, MGAs, insurtechs e empresas de tecnologia. O Brasil esteve presente em painéis estratégicos, participou de encontros oficiais com reguladores e chamou atenção de outras delegações.
Esse movimento é reflexo de algo maior: a consolidação de um ecossistema de inovação no país.
O ITC Vegas deixou claro que o Brasil não está apenas acompanhando o ritmo mundial — ele está ajudando a definir os rumos dessa transformação.
A IA sai do hype e entra no cotidiano: o avanço dos agentes autônomos
Se nos últimos anos a inteligência artificial era debatida principalmente como tendência, em 2025 ela se tornou prática. Aldo Pires destacou a mudança de tom: este foi o primeiro ITC em que a IA foi tratada menos como futuro e mais como operação.
Os agentes de IA (AI agents) ganharam espaço central na feira. Não como protótipos, mas como sistemas que já operam processos de subscrição, triagem, análise de risco, comunicação com clientes, preparação de documentos, reconciliação de dados, automação de backoffice e suporte comercial.
Mais do que isso, o conceito de orquestração de agentes despontou como o verdadeiro diferencial competitivo. Em vez de um único agente executando uma tarefa, o mercado começa a trabalhar com múltiplos agentes conectados, cada um responsável por uma parte da jornada. Isso cria fluxos inteligentes, interligados e muito mais próximos do comportamento humano.
A maturidade não está apenas na tecnologia, mas na própria cultura de dados. Empresas começaram a mostrar resultados concretos — redução de custos, aumento de conversão e eficiência operacional. E, neste cenário, o Brasil chamou atenção com cases de inspeção, avaliação de risco, subscrição assistida e detecção de fraude.
A frase que marcou o evento resume o espírito do momento:
“A IA automatiza a transação. As pessoas passam a dominar o relacionamento.”
O corretor não está ameaçado — ele está sendo potencializado.
Um dos debates mais ricos da addPlay foi sobre o futuro do corretor de seguros. Com o avanço da IA, surgiram dúvidas naturais sobre a continuidade desse papel. Mas o ITC Vegas 2025 deixou claro que o corretor não perde relevância — ele ganha.
O corretor é visto cada vez mais como:
Com IA, ele não disputa mais espaço com plataformas digitais em desvantagem. Ao contrário: ele acessa, pela primeira vez, ferramentas capazes de transformar seu relacionamento com o cliente.
A tecnologia permite compreender o perfil de compra, ajustar linguagem de comunicação, responder dúvidas instantaneamente, recomendar produtos com precisão e acompanhar a jornada de forma contínua. Corretores passam a operar com eficiência antes exclusiva de grandes centros de distribuição.
O ITC Vegas reconheceu isso ao criar uma trilha dedicada exclusivamente a corretores — algo inédito. O Brasil pretende seguir esse caminho, ampliando treinamentos e trazendo cada vez mais corretores para o ambiente de inovação.
Embedded Insurance amadurece e se torna infraestrutura essencial
A distribuição integrada, que já era forte, se solidificou como uma das bases estruturais da inovação em seguros. O embedded insurance, agora mais maduro, deixa de ser visto apenas como oferta no checkout digital e se transforma em infraestrutura de prevenção, proteção e serviços.
Casos internacionais mostraram:
Jornadas invisíveis, sem atrito.
Sinistros automatizados sem abertura de aviso.
Assinaturas recorrentes via sistemas instantâneos de pagamento.
Proteções acionadas por contexto (clima, viagem, mobilidade, residência).
Países como Indonésia apresentaram produtos capazes de reembolsar automaticamente um viajante quando a previsão do tempo comprometeu seus dias de viagem. Esse tipo de experiência — simples, instantânea, intuitiva — ilustra o nível de integração que o setor está alcançando.
No Brasil, o movimento avança rapidamente, impulsionado por bancos digitais, varejo, e-commerce e plataformas de mobilidade. A regulação brasileira, ao abrir espaço para APIs, meios de pagamento modernos e novos modelos societários, fortalece ainda mais esse crescimento.
A regulação brasileira em destaque: modernidade, diálogo e visão de futuro
Poucas coisas chamaram tanta atenção quanto a presença oficial da Susep no ITC Vegas. Foi a primeira vez que dois diretores participaram presencialmente do evento, integrando painéis, discutindo tendências globais e mostrando a outros países o que está sendo construído no Brasil.
A reação internacional foi unânime: o país é considerado hoje uma das referências globais em regulação de seguros.
Entre os pontos mais citados:
Para um setor muitas vezes percebido como rígido, o reconhecimento internacional mostra um país que vem equilibrando modernidade e responsabilidade, criando espaço real para inovação.
A experiência Vegas: onde tecnologia e relacionamento se encontram
Além dos conteúdos e painéis, o ITC Vegas é uma vivência. E, segundo os convidados, essa imersão é um dos fatores que tornam o evento tão transformador. A delegação brasileira participou de atividades formais, encontros espontâneos, eventos paralelos e momentos únicos que conectam pessoas e aceleram negócios.
Entre as experiências destacadas na live:
1
Teste de carros autônomos operados por IA.
2
Passagem pelo túnel da The Boring Company, de Elon Musk.
3
Happy hour brasileiro dentro do evento.
4
Atividades com seguradoras, MGAs e plataformas internacionais.
5
Confraternizações organizadas para integração da delegação.
6
Shows e experiências tecnológicas no Sphere.
Esses encontros — formais e informais — criam redes que dificilmente se reproduzem em eventos tradicionais. É nesse ambiente que surgem parcerias, projetos e ideias que depois voltam ao Brasil convertidas em movimento real de mercado.
O que vem aí: Insurtech Brasil 2026
O episódio também marcou o anúncio oficial do Insurtech Brasil 2026, que acontecerá em 28 de maio, no Expo Center Norte. A promessa é de entregar a maior edição da história do evento, com mais conteúdo, mais trilhas, mais oportunidades de negócio e um ecossistema ainda mais integrado.
Os ingressos já estão disponíveis com lote promocional — e quem segue a add têm desconto especial com o cupom add: add15off.
O futuro não está chegando: ele já está acontecendo
O ITC Vegas 2025 mostrou um setor em plena evolução. A inteligência artificial se tornou prática, os modelos de distribuição se expandiram, o corretor ganhou força, a regulação brasileira brilhou, as APIs se consolidaram como padrão e a experiência do cliente se tornou o centro de todas as discussões.
A mensagem é simples e profunda:
O mercado de seguros entrou em uma nova fase — mais conectada, mais inteligente e muito mais humana.
E o Brasil, pela primeira vez na história, não está apenas acompanhando essa fase. Está ajudando a liderá-la.
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Com mais de 27 anos no setor e soluções que conectam tecnologia, regulatório e negócios, a add apoia seguradoras, MGAs, corretores e canais na construção do futuro dos seguros.
